domingo, 1 de março de 2015

O transporte rodoviário parou porque?


O transporte rodoviário parou porquê?


Nestes últimos doze dias os noticiários informam sobre a greve dos caminhoneiros muito em função do aumento do diesel x diminuição do frete, com isto a conta não bate e fica inviável manter um caminhão. Mas qual o motivo de chegar a este ponto?

Antes da econômia do país crescer o principal tipo de transporte no pais era o modal rodoviário, com isto o preço do frete era elevado e com preço de Diesel mais baixo, em virtude do crescimento do país aliado a globalização houve uma demanda maior de produtos exportados, em face a esta demanda o número da frota de caminhões no país não atendia plenamente, assim sendo as empresas exportadoras mais o governo investiram nos modais ferroviários (ainda em crescimento) e também do hidroviário (este com forte tendência de crescimento), com estes dois modais onde se transporta uma maior quantidade com preço de frete menor em cima da tonelada ou m³.

Em face ao exposto as grandes empresas diante do menor preço dos modais ferroviário e hidroviário transformou o modal rodoviário em intermediário (interligando as pontas), com o tempo os volumes de fretes rodoviários foram diminuindo e consequentemente o preço também.

As transportadoras e embarcadores ficaram reféns desta nova prática de mercado e hoje sacrificam as suas margens de lucros no preço do frete para  se manterem no negócio.

Além da depreciação do preço do frete veio o aumento do preço diesel, pedágios e impostos.

Portanto o nosso governo incentivando outros modais "deixou de priorizar" o modal rodoviário, enfraquecendo o mesmo, com enfraquecimento este setor que gera bastante empregos (diretos/indiretos) passará a demitir para desonerar o seu custo, que ao meu entender não impacta no negócio, o que está impactando mesmo é preço do Diesel, de acordo últimos estudos apenas o custo do Diesel chega próximo ao 60% do custo operacional.

Ou seja o governo para manter a sua faminta máquina autorizou constantes aumentos do diesel, pedágios e impostos, consequentemente  era de se esperar que um dia o setor do transporte rodoviário não irá aguentar.

A falta de planejamento do governo está gerando um caminho onde apenas as grandes transportadoras irão se manter (reduzindo o seu quadro de funcionários), as pequenas transportadoras e autônomos irão sair do mercado, pois não irão aguentar assumir esses custos e com isto o desemprego também.

Com o desemprego elevado irá gerar um revés de baixa na economia do país diante do enfraquecimento deste setor. Ao meu entender o governo deveria adotar políticas para manter o setor forte, ou seja, trabalhar em conjunto com as transportadoras de grande porte para sobrevivência dos autônomos e dos pequenos transportadores pra participação destes no mercado, preço tabelado de fretes com baixa carga tributária, investimentos tecnológicos de montadoras de caminhões para desenvolvimento de outro combustível mais barato e menos poluente. Atualmente nossa frota de caminhões é em torno de 1,5 milhão, cada caminhão por km rodado emite 0,0494 kg de CO2 na atmosfera, ou seja é extremamente poluidor.

Hoje há poucas empresas que optam pela sustentabilidade ambiental que exige que os veículos que transportem os seus produtos seja menos poluidores. Como exemplo cito a empresa Natura em conjunto com a  transportadora Coopercarga e a montadora Sacnia, juntos desenvolveram a alteração do diesel  para o etanol nos caminhões, com esta mudança reduziram em 93% a emissão de CO2 na atmosfera além de ótimos resultados na redução do custo combustível para a transportadora. 

Portanto neste pequeno exemplo aliado a investimentos tecnológicos há possibilidade de desenvolver uma alternativa de combustível mais barato e menos poluente para os caminhões, assim sendo autônomos, pequenos e grandes transportadores se mantem no mercado e também mantem os seus empregados, além de possibilitar o crescimento de outro setor o sucroalcooleiro na produção de etanol, que na qual está em crise onde fechou várias usinas gerando desemprego, com o ressurgimento do sucroalcooleiro doravante ao abastecimento de etanol da nossa frota de caminhões irá reabrir várias usinas de cana-de-açúcar gerando vários empregos.

Para o setor melhorar basta o governo adotar medidas corretas para manutenção do setor que é dos que mais empregam no país.